Disciplina - Ciências

Ciências

05/04/2018

Via Láctea cresce a cada segundo que passa

Segundo pesquisadores, nossa galáxia estaria crescendo a uma velocidade de 500 metros por segundo

Por Redação Galileu

A Via Láctea já é gigante: com 100 mil anos-luz de diâmetro, ela é formada por centenas de bilhões de estrelas, sendo o Sol uma das menores. Tanto que só recentemente a ciência conseguiu observar um planeta fora da galáxia. Uma tarefa cada vez mais difícil, já que a Via Lactea não para de crescer.

Foi o que comprovou um grupo de pesquisadores do Instituto de Astrofísica das Canárias, na Espanha. Candidata a um doutorado na instituição, Cristina Martínez-Lombilla contou com a ajuda de seus colegas para analisar os dados coletados pelo telescópio terrestre SDSS e dois telescópios espaciais GALEX e Spitzer para observar galáxias espirais, semelhantes à nossa, para entender o comportamento.

Os astrônomos focaram na borda das galáxias, já que no disco da Via Láctea existem estrelas de muitas idades diferentes. Estrelas azuis maciças e quentes são muito luminosas e têm uma vida útil relativamente curta de milhões de anos, enquanto estrelas de baixa massa acabam ficando mais vermelhas e mais fracas, podendo viver por centenas de bilhões de anos.

Enquanto estrelas mais antigas dominam a protuberância ao redor do centro galáctico e no halo que circunda o disco, as estrelas mais jovens de vida curta são encontradas no disco da galáxia, onde novas estrelas continuam a se formar.

Os pesquisadores mediram a luz nessas regiões, principalmente de jovens estrelas azuis, e mediram seu movimento vertical para descobrir quanto tempo levaria para se afastarem de seus locais de nascimento, e como suas galáxias hospedeiras estavam crescendo em tamanho.

Algumas regiões de formação de estrelas são encontradas na borda externa do disco, e modelos de formação de galáxias predizem que as novas estrelas aumentarão lentamente o tamanho da galáxia em que residem.

Com base nisso, eles calculam que galáxias como a Via Láctea estão crescendo a cerca de 500 metros por segundo, rápido o suficiente para cobrir a distância 200 quilômetros em cerca de doze minutos, mas extremamente lento em proporções universais.

"A Via Láctea já é bem grande. Mas nosso trabalho mostra que pelo menos a parte visível dela está aumentando lentamente, conforme estrelas se formam nos subúrbios galácticos”, afirmou Martínez-Lombilla na publicação da Royal Astronomical Society. “Não será rápido, mas se você avançar no tempo e olhar para a galáxia em três bilhões de anos, seria cerca de 5% maior do que hoje."

O crescimento lento, no entanto, já tem data para acabar: a Via Láctea deve colidir com a vizinha galáxia de Andrômeda em cerca de quatro bilhões de anos, e a forma de ambas mudará radicalmente à medida que se fundirem.

Esta notícia foi publicada em 05/04/2018 no site da Revista Galileu. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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