Ciências
30/01/2012
Pedra trazida pela Apolo 11 revela novos dados sobre a Lua
A Lua pode ter tido um núcleo ígneo como o da Terra, formado por metais líquidos incandescentes, durante mais tempo do que se pensava, aponta o estudo de uma rocha lunar trazida pelos astronautas da nave Apolo 11.A descoberta da magnetização que permanece nas amostras de rochas coletadas pelas missões lunares Apolo e pelas observações da crosta lunar sugerem que a Lua teve um núcleo metálico e um campo magnético criado pelo efeito dínamo.
O efeito dínamo consiste na geração de um campo magnético a partir de um fluido condutor com o movimento de rotação. Por exemplo, no caso da Terra, acredita-se que esse campo magnético é gerado pelo movimento de convecção do ferro e níquel fundidos em seu núcleo.
Na edição desta semana da revista Science, Erin Shea, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e sua equipe revelam que uma pedra lunar trazida pela Apolo 11, em 1969, registra a evidência de dínamo na Lua há 4,2 bilhões de anos.
Há muito tempo a comunidade científica suspeitava que a Lua tivesse um campo magnético de dínamo em seu núcleo. As novas medições estenderam o tempo de existência desse núcleo em 500 milhões de anos.
Estas descobertas abrem uma nova questão ao considerar que o resfriamento do interior da Lua provavelmente não foi o principal impulsionador do dínamo, como sugere a teoria atual. Os pesquisadores precisam agora encontrar teorias alternativas para explicar o que pode ter gerado um dínamo de tamanha longevidade.
Esta notícia foi acessada em 30/01/2012 na Revista Veja. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.